10 Perguntas que as crianças costumam fazer e que devemos responder! Nunca as devemos evitar!

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As vezes tenta-mos evitar algumas perguntas dos nossos filhos, mas não devia-mos fazer isso, pois estamos a fugir a algo muito importante. 

Não há ninguém mais próximo e querido do que os filhos. Só que às vezes, nós os enchemos com tantas perguntas quotidianas (o que comeu? que nota tirou? lavou a loiça?) que acabamos por esquecer de abordar assuntos muito mais importantes com eles. Ou ainda, não encontramos as palavras adequadas, achando que eles são pequenos demais para certos temas.

Hoje selecciona-mos alguns assuntos que os pais devem tratar junto das crianças, para que o amor e compreensão mútuos sejam construídos em bases realmente sólidas.

Sobre o corpo

Os conhecimentos básicos de anatomia e fisiologia ajudam a entender se o corpo está funcionando correctamente ou se está na hora de procurar um médico. Esclareça as crianças também sobre o corpo e os cuidados necessários com a região íntima. Nenhuma parte do corpo pode ser motivo de vergonha. Vale a pena, desde cedo, ensinar às crianças os nomes correctos dos órgãos genitais: “pénis“ e ”vagina”. Assim, os pequenos criarão uma predisposição saudável com relação ao próprio corpo e à sexualidade, entendendo que têm direito de abordar o assunto sem se envergonhar e de contar aos pais caso sejam vítimas de eventuais tentativas de abusos sexuais.

Assuntos a tratar com crianças a partir dos 10 — 12 anos:

  • Por que nossos corpos são tão diferentes?
  • O que é mais importante: o espírito ou o corpo?
  • Posso fazer uma tatuagem? O que eu poderia fazer se enjoasse dela?

Sobre sexo

Mesmo a uma criança menor, já pode contar tudo, sem entrar em detalhes. Uma ideia é dizer algo como: “Quando um homem e uma mulher se amam, eles se beijam e se abraçam. Nessa hora, o papai passa sua célula à mamãe, e na barriga dela começa a crescer um bebê“. Se o pequeno tiver entre 5 e 6 anos, os pais já podem falar sobre espermatozóides e o óvulo. Com 10 a 12, já é possível abordar temas como masturbação, desejo sexual, regras de protecção e contraceptivos. O pré-adolescente precisa entender que sexo só pode ser feito com o consentimento das pessoas envolvidas. ”Não“ quer dizer “não”.

Assuntos a tratar com crianças a partir dos 10 — 12 anos:

  • Com que idade as pessoas começam a ter relações sexuais?
  • É possível recusar-se a manter relações sexuais, ainda que elas tinham sido inicialmente permitidas, caso mude de ideia?
  • Quem será responsável caso, no decorrer da relação sexual, surja uma gravidez não planeada ou uma doença sexualmente transmissível?

Sobre espaço pessoal

Os “círculos de confiança“ ajudam a evitar violências físicas e psicológicas. Explique à criança o que é proibido às pessoas dos distintos círculos: quem pode abraçar e beijar, e de quem é apropriado manter distância. Basicamente, a ideia que deve prevalecer é que ninguém deve tocar uma criança sem seu consentimento, mesmo as pessoas próximas. Se a criança não se sente confortável, tem todo o direito de dizer ”não“. Igualmente, pais e responsáveis devem deixar claro que o pequeno pode contar qualquer problema aos adultos em quem confia.

Mostre à sua filha ou filho como respeitar o próprio espaço pessoal e também o dos outros. Comece com o mais simples: antes de entrar no quarto dos pais, a criança deve bater à porta.

Assuntos a tratar com crianças a partir dos 10 — 12 anos:

  • O que é respeito?
  • Como aprender a dizer “não”?
  • É possível obrigar uma pessoa a fazer o que ela não quer?

Sobre amor

Amor significa carinho, vontade de estar perto, respeito e responsabilidade mútuos. O amor se manifesta de maneiras diferentes: pelos familiares, pelos amigos, entre um homem e uma mulher, dois homens ou duas mulheres. É um sentimento que expressamos de formas diversas também: cuidando do outro, consolando quando preciso, apoiando nas dificuldades e nos planos para o futuro, com beijos, abraços, relações sexuais. O amor é incondicional. Ninguém tem o direito de dizer “Só ficaremos juntos se você tiver este ou aquele comportamento, ou você faz isso ou aquilo“.

Assuntos a tratar com crianças a partir dos 10 — 12 anos:

  • Precisamos concordar em tudo com a pessoa que amamos?
  • O que fazer quando o amor não é correspondido?
  • Qual a diferença entre amor e atracção física?

Sobre a morte

Quando uma criança perguntar sobre a morte, não invente histórias nem a engane. Se ela perguntar: “Eu vou morrer?“, responda: ”Num futuro próximo, porque todas as pessoas morrem quando já estão velhas. Mas até lá, acontecem muitas coisas importantes e interessantes. A sua vida está só começando“. Em relação a si, diga algo como: “Eu irei viver e continuar ao seu lado durante muito tempo”.

Admita que as pessoas morrem, não se mudam para um mundo novo. E não compare a morte a um sonho: de contrário, a criança pode acabar desenvolvendo o medo de morrer enquanto dorme.

Caso alguém que a criança conhece morra, não esconda a verdade. Explique de forma simples: ”Estamos muito tristes porque o vovô morreu“. Esclareça que chorar e sentir dor em momentos assim é algo natural, que o tempo faz com que a tristeza vá embora, deixando a saudade. A imagem de um ente querido que se foi permanece para sempre no coração de quem o amava.

Assuntos a tratar com crianças a partir dos 10 — 12 anos:

  • Há vida após a morte?
  • Para que estamos vivos?
  • Devemos ter medo da morte?

Sobre fé

Independentemente de ser ateu ou acreditar em Deus, o ideal é não impor crenças à criança. Converse sobre o assunto de forma neutra: há pessoas que acreditam na existência de vários deuses, outras acreditam que há um só Deus. Tem aqueles que vão à igreja, e que acham que, em momentos de dificuldade, orações são capazes ajudar na superação dos obstáculos. Fale sobre as diferentes religiões e de suas peculiaridades.

Assuntos a tratar com crianças a partir dos 10 — 12 anos:​​​​​​

  • Por que as pessoas precisam de Deus?
  • Por que existem tantas religiões diferentes no mundo?
  • As pessoas podem fazer suas próprias escolhas ou tudo acontece por vontade de Deus?

Sobre tolerância

Os pais podem tratar sobre tolerância de uma forma simples ou bem complexa, sempre dependendo da idade da criança. Mas a ideia principal sempre deve prevalecer: nem género, nem aparência, nacionalidade, peso, orientação sexual , cor da pele nem capacidade intelectual são motivos para que alguém seja considerada pior que as demais. Essas diferenças, tão inerentes à condição humana, não podem ser base para ofensas ou bullying. Afinal, seria um tédio só se todas as pessoas do mundo fossem iguais!

Assuntos a tratar com crianças a partir dos 10 — 12 anos:​​​​​​

  • O que é bullying?
  • Por que uma pessoa tem inimigos?
  • Por que existem as guerras?

Sobre dinheiro

Estimular na criança o total desprezo ou o apego excessivo ao dinheiro não é boa ideia. A postura com relação a esse assunto deve ser neutra. O dinheiro é apenas uma ferramenta que deve ser usada correctamente. Conceitos como “uma pessoa honesta nunca será rica“ ou ”o dinheiro da família é responsabilidade do homem” farão com que a criança tenha dificuldades em estabelecer uma relação saudável com as finanças.

Se puder e quiser, pode começar dando uma mesada semanal à criança a partir dos 5 anos. Mas não insinue como ela deve gastar o dinheiro, deixe que ela defina suas prioridades e, se possível, ensine-a a poupar uma parte da mesada.

Assuntos a tratar com crianças a partir dos 10 — 12 anos:​​​​​​

  • Por que o mundo tem pessoas pobres e ricas?
  • O que é melhor: pedir um empréstimo ou economizar?
  • O dinheiro compra felicidade?

Sobre segurança na Internet

Ainda que seu filho ou filha não busque conteúdos proibidos na web, é possível que assuntos adultos apareçam em pop-ups ou por meio de mensagens enviadas por estranhos. Ensine à criança regras de comportamento online:

  • Não publicar informações pessoais: endereço, telefone, informação sobre si mesmo e sobre a família. O nome real deve ser trocado por um apelido.
  • Não se reunir com amigos virtuais no mundo real sem antes avisar os adultos.
  • Não responder a ameaças e/ou mensagens suspeitas. Situações assim sempre devem ser contadas aos pais.
  • Não participar de sorteios de prêmios nem de loterias na Internet, não enviar SMS para confirmar o registro em páginas web.

Estabeleça o “controle dos pais”, mas não proíba que seu filho use as redes sociais: de contrário, ele pode acabar a usar em segredo, sem que possa acompanhar com quem a criança se comunica nem que assuntos a interessam.

Sobre segurança na rua

Evite frases generalizadas, como “não vá a lugar algum com estranhos“, ”não entre num elevador com desconhecidos“. Conte exactamente o que é preciso fazer. Explique que adultos desconhecidos não podem falar com uma criança em plena rua, nem pedir ajuda a elas. Caso uma situação assim aconteça, sua filha ou filho não tem a obrigação de ser educado nem obediente. Ensaie com a criança respostas para casos assim: “Não vou falar com você”, ”Estou com pressa, estão a minha espera“. Em caso de perigo, o pequeno pode fazer qualquer coisa: atirar-se ao chão, debater-se, gritar ”Solta-me, não te conheço!”

Assuntos a tratar com crianças a partir dos 10 — 12 anos:​​​​​​

  • O que é preciso fazer se um adulto obriga uma criança a acompanhá-lo?
  • O que devo fazer se uma criança pequena estiver chorando sozinha na rua?
  • A criança deve contar a um adulto se seus amigos estiverem planeando fazer algo perigoso?

Para conferir se seu filho aprendeu sobre as regras de segurança, pode fazer um teste com ele.

Seja qual for o assunto, escolha palavras simples para as crianças menores ou aborde o tema com mais profundidade se ela já for maior. Mas converse com calma e sinceridade. Se sua filha ou filho fez a pergunta, provavelmente está pronta ou pronto para ouvir a resposta.

Um bom começo pode seguir a seguinte linha: “Não sei tudo sobre este assunto, mas tentarei tirar todas as suas dúvidas. Ou então podemos procurar as respostas num livro. E se esquecer de perguntar algo agora, poderá perguntar sempre que precisar”.

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