Corrimento amarelado, castanho, branco ou escuro, o que pode ser? É perigoso?

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Como é o corrimento normal? O ginecologista e obstetra Jurandir Passos, do Delboni Medicina Diagnóstica, explica que, normalmente, a mulher apresenta uma secreção esbranquiçada que quando seca na roupa íntima fica esfarelado ao ser friccionada, saindo como um pó.

Corrimento vaginal: alterações de cor e o que elas querem dizer

  • Castanho ou escuro

Quando o corrimento estiver castanho, avermelhado ou tipo borra de café fora do período menstrual, provavelmente há presença de sangue. A causa pode estar relacionada a sangramentos vaginais ou do sistema reprodutivo.

Acompanhado de dor abdominal, esse tipo de secreção pode estar relacionado com o cancro do útero ou endométrio.

Na gravidez

Quando não há fecundação, o conteúdo do útero é eliminado pela menstruação. No início da gravidez a mulher pode notar a presença de secreção vaginal avermelhada ou acastanhada, que pode, inclusive, ser confundida com a menstruação.

Esse tipo de corrimento ganha essa tonalidade pela presença de sangue decorrente da implantação do embrião na parede do útero, o que é normal e não deve gerar preocupação.

Caso esse corrimento ocorra quando a gestação estiver mais avançada, é necessário consultar um médico.

Na menstruação

O corrimento castanho antes da menstruação pode ser causado pelo início da descamação do tecido intra-uterino, que ocorre normalmente durante o período menstrual. Já o corrimento castanho depois da menstruação indica a eliminação residual desse tecido. Caso a sua secreção vaginal fique acastanhada por muito tempo depois da menstruação, verifique com seu ginecologista se não está a ocorrer uma saíde, perda de sangue comum ao começar a tomar uma nova pílula anticoncepcional.

corrimento

  • Branco

A doença vaginal que mais frequentemente deixa o corrimento branco é a candidíase, que costuma vir acompanhada de comichão na região íntima. O problema também pode ser causado por uma alergia, por isso, quando aparecer corrimento branco acompanhado de comichão, o primeiro passo é notar se usou algum sabonete diferente e até mesmo se mudou a marca do sabão em pó ou do amaciador.

Caso os sintomas persistam, procure um ginecologista.

Na gravidez

A gestante geralmente produz mais corrimento devido ao aumento da vascularização na região íntima. Como fica mais abundante, a tendência é que a secreção fique mais esbranquiçada e pastosa.

  • Amarelado

O Trichomonas vaginalis é o protozoário causador da tricomoníose. A tricomoníase é um tipo de infecção vaginal que gera um corrimento amarelo-esverdeado com odor forte, muitas vezes de volume grande que acaba por irritar a parte externa (vulva) e causando desconforto e comichão.

  • Acinzentado

A Gardnerella vaginalis, que causa um tipo de vaginose, pode gerar secreção acinzentada com cheiro forte e desagradável.

  • Corrimento com cheiro forte

A Gardnerella vaginalis caracteriza-se por um odor forte que deixa o corrimento com cheiro a “peixe estragado”. “Esse odor mais forte é percebido no final das menstruações ou logo após uma relação quando não se está a utilizar preservativo”, explica Jurandir Passos. “O sémen masculino é alcalino e sua alcalinidade é que faz o odor aparecer”.

  • Corrimento sem cheiro

No período fértil, a secreção muda e muitas mulheres acreditam que estão com corrimento alterado por causa disso. Ela se torna mais incolor e viscosa a ponto de ser possível pegá-la com dois dedos. Quando esticada, ela forma um filamento que lembra clara de ovo. Essa elasticidade aumenta com a proximidade da ovulação. “Passado esse período, também chamado de período fértil, a secreção volta às características iniciais, porém algumas vezes em quantidade um pouco maior devido à ação hormonal que ocorre depois da ovulação”, explica Jurandir.

Remédios para corrimento

“O tratamento para corrimento pode ser realizado apenas com remédios tomados via oral, vaginal ou ambos”, explica o ginecologista Jurandir. “Dependendo da infecção, o companheiro também terá que ser tratado, se não ele contaminará novamente a mulher, causando o retorno do corrimento”.

Podem ser utilizados antibióticos para infecções bacterianas ou fungicidas, nos casos de candidíase. O tratamento pode ser feito com uma única dose do medicamento ou prolongado por sete a dez dias.

Como evitar

Jurandir Passos recomenda algumas boas práticas para prevenir alterações da secreção vaginal:

  • O uso de protetores diários deixa a região íntima abafada.

  • Sempre ter relação com preservativo;

  • Mantenha a região genital o mais ventilada possível;

  • Ao utilizar a casa de banho, a limpeza da região vulvar nunca deve ser feita de trás para frente. O papel higiénico sempre tem que ir da região mais superior da vulva para a região posterior (mais próxima da região anal).

  • Os absorventes diários, apesar de darem a sensação de frescura, abafam a região vulvar e podem ser causas de corrimentos crónicos. Se a mulher se sentir húmida, é mais aconselhável levar mais de uma roupa interior na bolsa e trocar ao longo do dia para permanecer com a sensação de estar seca e de limpeza;

  • Com relação aos sabonetes íntimos, não há contra-indicação. Apenas deve-se salientar que a limpeza é sempre externa e nunca do canal vaginal, o que altera a flora natural e predispõe o aparecimento de corrimentos crónicos, além de facilitar a entrada de bactérias pela alteração da flora natural vaginal.

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