Não confundas o que mereces com o que aceitas

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Talvez o conformismo exagerado, junto com o medo, sejam os maiores ladrões de sonhos da humanidade.

Existem muitas coisas que não poderemos mudar e com as quais será necessário nos conformar, porém, sempre haverá muito a ser conquistado, ousado, ultrapassado, questionado, virado do avesso, porque é assim que tudo se movimenta para o amanhã. Para tanto, como diz Matheus Jacob, não podemos confundir o que merecemos com o que aceitamos.

Não podemos, jamais, aceitar ofensas gratuitas de quem mal nos conhece, nem mesmo de quem é próximo. Existem pessoas que descontam as suas frustrações e a sua covardia pessoal em quem não tem nada a ver com as suas tempestades, distribuindo mau humor por onde passar. Não podemos aceitar isso.

Não podemos, de maneira alguma, aceitar qualquer violência, tampouco a psicológica, a que se esconde por trás de olhares, comportamentos, falas e silêncios. Existem pessoas que conseguem violentar com atitudes, muitas vezes de uma forma muito mais dolorosa do que a agressão física. Não podemos ser vítimas disso.

Não podemos, nunca, aceitar que confundam a nossa solicitude com servidão, que escravizem a nossa ajuda, que tornem o nosso desprendimento uma obrigação perene. Existem pessoas que desconhecem a gratidão, querendo sempre mais, tirando tudo o que puderem de quem quiser ajudar, inclusive se revoltando caso não sejam atendidos todos os seus desejos. Não podemos ser coniventes com isso.

Não. Não podemos aceitar que o olhar do outro seja mais forte do que as nossas verdades mais íntimas. Existem pessoas que jamais irão nos entender, ou ao menos tentar, rotulando cada atitude nossa pejorativamente, diminuindo os nossos sonhos, as nossas esperanças, as nossas conquistas. Não podemos ficar junto de quem não torce por nós.

Não podemos, nem por um segundo, aceitar amor aos pedaços, migalhas de sentimentos, a ponto de ter que implorar por existir, por ser alguém. Existem pessoas que não se entregam, não se doam, presas que estão dentro dos muros do próprio mundinho, de onde nunca sairão, pois ali o seu egoísmo se alimenta de si mesmo, sem interferências externas, que não são aceitáveis naquele orgulho todo. Não nos demoremos perto delas.

Se nos conformarmos com tudo, aceitando até mesmo o que faz mal e não foi trazido até nós porque pedimos, caminharemos vagarosos, incompletos e pela metade dos nossos sonhos, de nosso potencial. Aceitar o que não pode ser mudado é sabedoria, mas lutar pelo que pode ser muito melhor é protagonismo, é sobrevivência, é amor próprio. É o que nos salvará da morte em vida. Vivamos!

*O título deste artigo é uma citação de Matheus Jacob

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