Os filhos mais velhos não devem servir de amas para os irmãos mais novos! Por esta razão muito importante!

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Porque os filhos mais velhos não devem servir de amas para os seus irmãos mais novos…

A psicóloga Katerina Dyomina escreveu acerca da razão pela qual não se deve dar a responsabilidade do filho mais novo ao mais velho.

Aconselhamos a leitura deste artigo, uma vez que se trata de um assunto sério.

Tudo começa com pequenos detalhes: “Filha, vigia o teu irmãozinho enquanto ele está a dormir e eu tomo banho”. A filha cuidou dele, e nada aconteceu ao irmão. O bebé acordou, não chorou, a filha mais velha tratou dele copiando todos os gestos da mãe. Sentiu-se muito orgulhosa: “Mamã, a sério que fiz tudo bem e que sou uma boa ajuda?” . “Sim, querida, aqui está um chocolatinho e um beijinho. ”

Depois as responsabilidades crescem: “Cuida do teu irmãozinho no parque enquanto vou ali à loja”. Esta já é muito mais difícil. O parque infantil contém muitos perigos, e as outras crianças que lá estão a brincar são imprevisíveis. Suponhamos que das primeiras vezes não acontece nada ao menino mas, na quinta vez, quando vê a sua mãe a regressar da loja com sacos cheios, ele salta do baloiço e bate com a cabeça. Depois de ter perdido muito sangue, e ter sido socorrido numa sala de urgências e da ferida estar suturada, o menino acalma-se rapidamente, mas a filha mais velha ficará traumatizada. Ficará com vómitos, estará nervosa durante muito tempo e odiará a ideia de regressar ao parque infantil um dia.

O primeiro sinal de que não se deve deixar o filho mais novo ao cuidado do mais velho é quando a diferença de idades entre eles é inferior a 12 anos.

Vigiar o mais novo durante alguns minutos enquanto a mãe prepara a comida, sem problema. Agora, enviar o mais velho num passeio com o mais pequeno ou simplesmente deixá-lo ao seu cuidado por mais de 5 minutos, má ideia. Literalmente 5 minutos! Nada de “Vou ali a casa da vizinha e volto em 10 minutos, e tu vai mexendo a sopa de vez em quando”.

Algumas pessoas podem não concordar. “Todas as pessoas passeiam sozinhas com os seus irmãos e nada lhes acontece”. É verdade, há quem o faça. Eu trabalhava na ala de urgências de um hospital infantil. Água a ferver, quedas pela janela, tesouras, ferros de engomar, “afogou-se enquanto estávamos a brincar”, “entrou-lhe uma bolinha pelo nariz”, “pôs a mão no fogão”, e muitas outras situações aconteceram só nos primeiros 3 dias de trabalho.

Uma criança de 7 anos não só não pode evitar que o seu irmão de 5 faça coisas perigosas, como ela mesma poderá, por vezes, criar situações de alto perigo. Por exemplo, pode sentar o mais novo no parapeito. Sem más intenções, claro, como parte de um jogo. Lembro-me que eu mesma quando tinha 5 anos, tentei injetar o meu irmão com uma seringa vazia (sim, estávamos a brincar aos médicos). Foi um milagre que não lhe tenha provocado uma embolia de ar, mas ouviram os seus gritos. Pelo que, por favor, sejam realistas no que toca às habilidades reais dos seus filhos.

Se a diferença de idades for igual ou superior a 12 anos, não há problema em usar o mais velho como ama. Mas só se ele estiver de acordo e se receber algo pelo seu trabalho.

Uma coisa é brincar com o irmão mais novo quando tens vontade e o tempo que quiseres. Outra coisa é ficar responsável pela segurança de outra pessoa, ainda por cima alguém tão jovem. Um adolescente, geralmente, tem um horário preenchido que inclui escola, a sua vida pessoal, desporto e atividades extracurriculares.

Se quiseres contar plenamente com o teu filho mais velho, como se fosse uma ama de verdade, é aconselhável recompensá-lo pelos seus esforços. Pode ser dinheiro ou qualquer outra coisa (“Deixas o papá e a mamã irem ao cinema hoje à noite, e no domingo levamos-te ao…”). Por outro lado, cada membro da família tem as suas responsabilidades em casa, tanto que, “cuidar do pequenino” pode ser parte das tarefas domésticas. Mas tudo isto deverá ser estabelecido previamente: quantas horas ao dia e que dias por semana. Esta abordagem poderá ser mais saudável do que pagar com dinheiro. Porque temos uma família, uma entidade unida onde nos apoiamos mutuamente, e não uma incubadora para criar descendência.

O que é importante não esquecer como pai é que o filho mais velho não tem culpa de ter irmãos mais novos e que os pais não consigam/saibam distribuir de uma forma mais eficaz os seus esforços e o seu tempo. Criar e cuidar dos filhos é dever dos pais.

Os filhos mais velhos podem ajudar, podem fazê-lo voluntariamente e com gosto, mas a responsabilidade é exclusivamente dos pais.

Muitas vezes vemos os filhos mais velhos a serem castigados, ou ralhados pelo comportamento dos mais novos que se sujaram, ou caíram, ou magoaram. “Eu disse-te para tomares conta dele! Para onde estavas a olhar?”. Enquanto que o filho que está a ser castigado tem apenas 7 anos e também necessita de alguém que cuide dele.

E estas crianças que são incumbidas de tais responsabilidades tão cedo, acabam por procurar, na idade adulta, terapeutas e, por algum motivo, não podem ter filhos próprios. Porque subconscientemente sabem que “ter filhos é uma carga excessiva”. Portanto, quem quiser ter netos, deverá ocupar-se primeiramente dos seus filhos. É o melhor para todos.

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